Quem dá o melhor de si…

A descoberta dos grupos sanguíneos, dos anticoagulantes, do plástico biocompatível e muitas outras descobertas, permitiram grandes avanços na medicina transfusional. Hoje é possível tratar cada vez melhor e com cada vez mais segurança os nossos doentes. Mas a história da medicina faz-se com avanços e recuos.A facilidade com que se viaja de um ponto do mundo para outro veio permitir que se importassem doenças como o dengue, a malária e o paludismo, que não existem de forma natural em diversas partes do globo.

Os glóbulos são vermelhos, mas são diferentes

Landsteiner em 1900 descobriu que os glóbulos vermelhos não eram todos iguais. Descobriu a existência de uns marcadores na superfície dos glóbulos vermelhos que eram diferentes de pessoa para pessoa. Esses marcadores, essas substâncias, ele chamou de A e B. Descobriu também que estas substâncias eram capazes de estimular uma resposta imunológica, eram capazes de estimular a produção de anticorpos e daí a destruição massiva dos glóbulos transfundidos quando não possuem o mesmo grupo do doente.

Dar a cada um o que mais precisa

Uma unidade tem 450 ml de sangue porque esse é o volume que se pode colher sem prejudicar o dador. A descoberta do plástico biocompatível veio trazer grandes vantagens para os doentes.Actualmente o sangue é colhido para um sistema de 4 sacos. Apenas um, o saco mãe, recebe a dádiva de sangue. Ao centrifugarmos a unidade de sangue doada conseguimos desagregar, no saco mãe, os componentes sanguíneos e transferi-los para os sacos satélites.

Positivo e Negativo

Cerca de 40 anos depois de Landsteiner ter descoberto os grupos sanguíneos do sistema AB0, descobriu uma outra substância que ele chamou de D. Haviam uns que tinham essa substância D e havia outros que não a tinham. Como a investigação foi feita utilizando sangue do Macaco Rhesus, então era fácil dizer que uns eram Rh+(pos) e outros Rh-(neg). A associação dos dois sistemas de grupos sanguíneos, AB0 e Rh, determina a existência de 8 grupos diferentes: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, 0+ e 0-

Para que são necessários tantos sacos?

Actualmente o sangue é colhido para um sistema de 4 sacos. Apenas um, o saco mãe, recebe a dádiva de sangue, os tais 450ml. O conjunto é então centrifugado e aquela unidade de sangue passa a ter um aspecto tricolor. Em cima fica o plasma, amarelo, em baixo ficam os glóbulos vermelhos e no meio fica uma faixa rosada onde estão as plaquetas. Se apertarmos gentilmente o conteúdo do saco mãe, conseguimos separar os componentes sanguíneos, glóbulos, plaquetas e plasma para cada um dos sacos satélites.